Publicidade

Home >

Artigos >

Know-How, Opinião, Panificação, Receitas >

O boom da panificação artesanal

Pão Espelta 3
Autor
Felipe Oliveira
16 de setembro de 2021

O boom da panificação artesanal

Caminhando a passos largos, a panificação artesanal depende da qualificação e tecnologia para continuar crescendo

Há um tempo não muito distante, pouco se falava ou conhecia sobre panificação artesanal. Os grandes hotéis e restaurantes estrelados terceirizavam seus pães, muitas vezes sem grandes preocupações com a qualidade dos mesmos. A mão de obra qualificada era quase que exclusivamente voltada a panificação tradicional.

O tempo passou e com ele veio o “boom” da alimentação saudável. As pessoas se preocupavam mais com o que consumiam e como aqueles produtos eram preparados. Daí em diante surgia pequenos home bakers e padarias voltadas a pães de fermentação natural, com muitos processos manuais e foco em alimentos saudáveis. O público desse tipo de panificação ainda era pequeno mas se mostrava dispostos a prosseguir na mudança de hábitos alimentares. 

Passado mais alguns anos, as padarias artesanais passavam a expandir seus negócios e já não era mais tão incomum vê-las por pontos da capital paulista e de outros regiões do país. Acontece que, com o crescimento, veio um grande desafio: faltava mão de obra especializada. Outro contraponto era a escassez de fornecedores de insumos e equipamentos.

A solução era qualificar. Não tinha outra alternativa. Empreendedores investiam no desenvolvimento de jovens e padeiros tradicionais, buscando aperfeiçoamento de técnicas para produção saudável. O Brasil passava então a ter uma crescente significativa de boulangeries em todas as regiões e com isso atraía indústrias de equipamentos e insumos para o setor. Era o início da revolução da fermentação natural.

Em pesquisas recentes sobre as melhores padarias do país, 7 em cada 10 são artesanais – vide os 3 últimos anos do prêmio Veja Comer e Beber. Hotéis de luxo e grandes restaurantes passaram a investir em panificação própria e inúmeros brasileiros a produzir pães em suas casas, seja para consumo, seja para venda.

O que chama atenção é a ligação do “novo pão” com seu passado. A base geralmente é composta apenas por farinha, água, sal e levain (fermento natural a base de micro-organismos cultivado através da mistura de farinha, água e oxigênio ambiente), o que remete à suas origens e traz segurança para quem consome; afinal, quanto mais se conhece sobre seu alimento, melhor! Os elementos de preparo são originários de épocas que datam A.C e voltaram à tona nos tempos atuais. Um exemplo claro disso é o pão espelta (receita no final desse artigo) que tem citações até mesmo na Bíblia como trigo vermelho. Trata-se de um grão que praticamente não sofreu alterações genéticas e que contém um alto nível de saudabilidade. Seu preparo é simples e exemplifica uma frase famosa no meio artesanal que diz “o futuro da panificação está em seu passado”.

Hoje, para que o segmento consiga atingir ainda mais camadas da sociedade, é imprescindível investimentos em consultorias de profissionais com bagagens, equipamentos com tecnologias apropriadas, cursos de especialização e atualização e muitos estudos sobre os novos costumes alimentares.

Pão Espelta 2

Receita de Pão Espelta

Tempo médio de preparo: 2 dias
Nível de dificuldade: médio

Equipamentos necessários

  • Amassadeira ou batedeira
  • Caixa para armazenamento
  • Couche (pano de algodão ou linho)
  • Bisturi ou faca afiada para corte
  • Forno industrial ou caseiro
  • Panela de barro ou ferro (em caso de forno caseiro)

Ingredientes

  • 1kg de farinha espelta
  • 700ml de água gelada
  • 20g de sal
  • 350g de levain

Modo de preparo

  • Em uma masseira ou batedeira, junte a farinha, água, sal e levain e bata até obter ponto de véu
  • Coloque em caixa previamente untada com azeite e faça 3 dobras de lado, e do outro (como quem dobra uma coberta). Deixe descansar 1 hora em temperatura ambiente e repita o processo de dobras.
  • Leve para geladeira e deixe descansar de 16 a 24 horas. Retire da geladeira e deixe em temperatura ambiente por 3 horas ou até perder a temperada fria.
  • Divida a massa em duas partes iguais e faça uma pré-modelagem no formato de bola, preservando a “película” da massa; deixe descansar por 30 minutos.
  • Modele em formato Boule (pão redondo) e deixe descansar no couche por 1 hora.
  • Na hora de assar, faça um corte no meio e coloque em forno pré-aquecido a 240°C, com vapor, por cerca de 25 minutos. Se for utilizar o o forno doméstico, pré-aqueça o forno na mesma temperara com a panela dentro; coloque o pão nela bem quente, borrife água na tampa, feche e coloque no forno. Após 15 minutos, retire a tampa e finalize o assamento por mais 10 minutos ou até atingir cor caramelizada.
Publique em suas redes sociais e marca a gente: #massamadreblog
Compartilhar
Por Massa Madre Blog
Por Massa Madre Blog
Por Frederico Tomé
Por Frederico Tomé

Publicidade

Publicidade

Headline

Never Miss A Story

Get our Weekly recap with the latest news, articles and resources.
Cookie policy
We use our own and third party cookies to allow us to understand how the site is used and to support our marketing campaigns.

Hot daily news right into your inbox.