Opinião
Sobre a Seletiva para o Mundial de Panificação
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Fernando de Oliveira conta sobre sua preparação para a Seletiva para o Mundial de Panificação.
Foram oito finais de semana de treinamento, sendo que durante a semana fazia as pesquisas e os testes das receitas que foram desenvolvidas exclusivamente para a Seletiva Brasil Mondial Du Pain Puratos.
A escultura do índio, levou três finais de semana para ser definida, entre desenhar, esculpir, preparar os moldes e montar a peça em 3D. A primeira escultura caiu depois de 30 minutos após o termino da montagem, neste momento houve um misto de decepção e medo, mas foi bom ter acontecido durante o treinamento, porque ali pude perceber que o projeto precisava passar por mudanças para que a peça pudesse permanecer em pé.
A escultura de 1,40 cm, toda em massa de pão, tinha um alto grau de dificuldade, pois haviam muito detalhes, além do equilíbrio também a havia a face esculpida do índio.
O rosto precisava ser realista, não infantilizado ou que pudesse lembrar uma caricatura e sim um rosto que pudesse ter características do rosto humano.
O tema escolhido foi “Inspiração à Natureza”, tanto a escultura Índio Guerreiro – Guardião da Floresta, quanto os pães lembravam elementos da natureza.
Depois de definidas as receitas, estudar o regulamento, treinar exaustivamente os pesos dos pães – antes e depois de assados, comprometi-me com os treinamentos oficiais, cronometrados. No primeiro treinamento oficial, consegui entregar os 130 pães e a escultura faltando 20 minutos para encerrar o tempo previsto no regulamento, e com os treinos seguintes consegui melhorar ainda mais o tempo.
O treinamento foi fundamental. Há vários fatores que podem interferir durante a competição, a plateia que tem curiosidade e quer tirar dúvidas, amigos que desejam falar com os participantes, o nervosismo, a pressão de ser julgado, o tempo de prova, a ansiedade, o medo, as necessidades fisiológicas, etc. Porém, são fatores que o candidato pode prever e tentar criar soluções caso aconteça algum imprevisto.
Eu me recordo da ansiedade e do medo de não conseguir entregar tudo o que estava previsto ainda no primeiro treinamento. Já no segundo treinamento, consegui controlar a ansiedade e obtive mais confiança.
Como já havia disputado outras competições internacionais – Mundial panificação, chocolateria e confeitaria, essa experiência foi fundamental para me preparar para a Seletiva.
Uma outra decisão foi levar todo o meu material de trabalho, panelas, tigelas, balanças, etc. Foram 10 caixas de utensílios, ingredientes e as peças da escultura.
Logo chegará o Mundial, em 2019 na França. Sou grato por poder contar com o apoio de profissionais como o meu treinador Johannes Roos, um expert em panificação e tem um ampla experiência em campeonatos. Com os treinamentos já agendados, o objetivo inicial será definir o que será feito para o Mundial e não medir esforços para representar bem o Brasil e também todos os nossos padeiros.
Sem dúvida alguma, para um padeiro conquistar a Seletiva é um prêmio e também um reconhecimento por todo o trabalho que o chef fez ao longo de 25 anos de profissão. E também ter a oportunidade de mostrar a todos os padeiros que a profissão pode sim ser valorizada, é só ter dedicação e acreditar que os resultados chegam!
A Puratos, fabricante Belga de produtos para panificação, confeitaria e chocolates, organizou pela primeira vez a “Seletiva Brasil Mondial Du Pain” – maior campeonato brasileiro de panificação, que reuniu 12 competidores de todo Brasil.
*Fernando de Oliveira foi o vencedor do último Campeonato de Panificação que ocorreu na FIPAN 2018
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