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Por que utilizar matéria-prima importada na panificação?
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Atualmente, muitos empresários têm recorrido a importação para manter suas empresas lucrativas e competitivas, e no mercado da panificação não é diferente. Confira o nosso artigo sobre o assunto!
O pão é um dos produtos mais consumidos no Brasil, presente no dia a dia de cerca de 73% das famílias brasileiras. Isso demonstra o porquê desse mercado vir crescendo cada vez mais. Mas, você sabia que a maior parte do trigo utilizado na produção desse alimento não é nacional?
Atualmente, muitos empresários têm recorrido a importação para manter suas empresas lucrativas e competitivas, e no mercado da panificação não é diferente. Buscando por diferenciais, esse segmento tem investido cada vez mais em inovações para garantir o sabor e a variedade dos produtos produzidos.
Quer saber mais sobre o que leva as empresas a utilizarem a matéria-prima importada na panificação? Então, continue a leitura e confira o nosso post sobre o assunto!
As mudanças no mercado da panificação
Antes de mais nada, devemos considerar as mudanças que vêm ocorrendo no mercado da panificação. Antigamente, a realidade era mais simples da encontrada hoje em dia, a produção das padarias só precisava ser suficiente para atender a demanda de um bairro ou de uma região e não precisava de uma ampla gama de produtos.
Hoje, o que ocorre é bem diferente, mesmo que a forma de produzir o pão não tenha mudado, os costumes, hábitos e paladares mudaram e aumentaram as exigências. O consumidor final passou a querer sempre novidades, outras combinações de sabores e outros tipos de pães.
Para que isso seja possível, os padeiros também precisaram mudar e se qualificar e dominar outras técnicas de produção. Como alterar receitas e investir em formas de balanceá-las para se adequar às dietas restritivas e tudo isso sem alterar o sabor.
Outra dificuldade nesse processo é manter a fidelidade de clientes mais dispostos a experimentar. É só ouvir falar de uma padaria diferente ou de um pão que é mais saboroso que essa nova clientela quer experimentar, mesmo que não seja mais a padaria mais próxima da sua residência.
O pão nosso de cada dia
Para atender os anseios desse novo público, você deve estar imaginando que um dos principais motivos para preferência por ingredientes que não são de origem nacional certamente é o ganho da qualidade e a diversidade do trigo. Sim, você tem razão, mas não é só isso!
O Brasil é considerado um grande produtor, mas, no caso do trigo, somente 30% do que é produzido aqui está adequado para ser utilizado na panificação. Isso ocorre porque o trigo brasileiro não é considerado um bom produto de exportação e acaba não compensando financeiramente para os agricultores aumentarem a produção apenas para atender o mercado nacional.
A produção de trigo brasileira também tem desvantagens no tipo de solo encontrado aqui. O trigo precisa de terras mais frias para se desenvolver, por isso boa parte da nossa produção está concentrada no Sul.
Outro fator é que a quantidade de glúten existente na produção brasileira é inferior ao produzido por outros países como a Argentina, por exemplo. Você pode até pensar que por ela ser menor seria uma vantagem, mas é a quantidade de glúten existente que define a qualidade da farinha que está sendo produzida.
De onde vem o trigo
Você deve estar se perguntando: ok, importamos o trigo por ele ter uma qualidade melhor e isso influi diretamente nos meus produtos, mas, de onde ele vem? Bom, o trigo utilizado na panificação brasileira, viaja de navio por cerca de 2.500 km para chegar até aqui. Isso equivale a aproximadamente 10 dias para que você tenha seu ingrediente principal.
O Brasil costuma importá-lo principalmente da Argentina, e é fácil entender os motivos, pois, além da farinha produzida no país ser superior a nossa, a logística é um pouco mais simples devido à proximidade dos países e o custo acaba sendo um pouco menor.
Outra curiosidade é que, como a Argentina faz parte dos países do Mercosul, o governo garante a isenção de algumas taxas, e essa competitividade torna os valores ainda mais interessantes para importação. Mas, segundo a Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo), outros países também exportam para cá, como o Paraguai, o Uruguai e alguns países da América do Norte, dos Estados Unidos e Canadá.
Nesses casos, o custo para trazer a matéria prima acaba sendo mais alto, pois o abastecimento é feito de caminhões e o tempo para chegar ao país também é um pouco maior. Ficou curioso sobre a utilização de toda essa farinha? Cerca de 75% dela é utilizada na fabricação de pães e o restante fica para os bolos, biscoitos e demais guloseimas.
As padarias artesanais
Até aqui, você já percebeu o quanto as farinhas importadas são mais aconselhadas para a produção de pães, ou não teríamos tanto trabalho para trazer esse ingrediente, não é mesmo?
Um dos nichos que mais tem buscado novas farinhas são as padarias especializadas na fabricação de pães artesanais. Apesar do custo um pouco maior que o pãozinho francês tradicional, esse produto tem agradado bastante o consumidor em geral.
Um dos desafios constantes certamente tem sido encontrar mão de obra qualificada para lidar com esses ingredientes, os famosos pães gourmets que têm atraído investidores e empreendedores por todo país.
O negócio é realmente lucrativo, além das farinhas especiais, nesses estabelecimentos os pães estão sendo substituídos por croassaints, bolinhos e produtos orgânicos, preparados com fermentação natural dando uma nova cara e trazendo um novo conceito ao café da manhã.
Com a evolução desses estabelecimentos, o mercado de farinhas especiais também tende a crescer e a trazer novidades para a panificação. Alguns, inclusive, já estão investindo em importação de ingredientes até de países que ainda não são citados na lista apresentada pela Abitrigo, representando, quem sabe, uma nova oportunidade de negócios.
Viu como a matéria-prima importada pode alavancar os seus negócios? Apesar do custo do produto maior ser final, o ganho em qualidade tem agradado cada vez mais o consumidor final. E, no final, o que todos queremos é mais qualidade e saúde no nosso dia a dia, não é mesmo?
Gostou do post? Então, não deixe de ler este outro post que vai trazer outras informações sobre o trigo. Você vai adorar! Bons negócios!
Fotografia: Marcos Pickina
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