Opinião
A sucessão familiar no setor de panificação
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Chegará um determinado momento em que o fundador ou decide se afastar ou não pode mais tomar conta da administração diária do negócio. Diante de tal circunstância, como será o futuro da panificadora?
O setor de panificação brasileiro é formado por cerca de 96% de pequenos e micro negócios, conforme indicadores do Instituto Tecnológico da Alimentação, Panificação e Confeitaria (ITPC). Entre essas, se destaca um grande número de organizações familiares, empresas tradicionais e com muitos anos de história. Porém nem toda tradição é poderosa o suficiente para garantir a sobrevivência contra a força do tempo. Chegará um determinado momento em que o fundador ou decide se afastar ou não pode mais tomar conta da administração diária do negócio. Diante de tal circunstância, como será o futuro da panificadora? A lógica na maioria dos casos é algum dos herdeiros assumir o legado, mas como manter a empresa em funcionamento e em crescimento?
Realizar um processo de sucessão não é tão simples e pode gerar diferentes impactos para o negócio. O primeiro é o choque entre o novo gestor e a equipe que já atua ali. Os colaboradores muitas vezes não sabem o que esperar do novo líder e isso tende a aumentar a tensão no ambiente e gerar certos desconfortos. Essa tensão, obviamente, afetará o rendimento dos profissionais, prejudicando o resultado da empresa como um todo. É importante manter os padrões que deram origem à empresa, baseados na missão, na visão e nos valores do fundador. Esse é o alicerce que determina a base cultural da panificadora e precisa se manter como referência.
O processo precisa ser realizado de forma gradual com o objetivo de não provocar um impacto tão grande. Tivemos boas respostas nos casos que o fundador ainda está no comando, pois ele tem o conhecimento profundo relacionado à empresa que construiu. Dessa forma, o sucessor ainda tem tempo de conhecer o funcionamento da organização e sua metodologia de trabalho para uma manutenção dos processos que já são realizados internamente. Esse processo pode durar anos, ainda muito após a saída do fundador. Quanto mais tempo de integração entre o futuro líder, empresa e colaboradores, melhor será o resultado para todas as partes envolvidas.
Durante todo esse tempo de transição pode ser interessante que o novo gestor adquira alguma responsabilidade dentro da empresa, alguma função fixa. Ao assumir cargos ou ações estará ainda mais integrado ao ambiente de uma forma direta. Se possível, é interessante que ele possa atuar e conhecer todas as áreas de empresa, inclusive colocar a “mão na massa” e desenvolver trabalhos operacionais. O futuro gestor precisa conhecer a fundo o funcionamento da panificadora, entender o que acontece desde a chegada dos insumos, na produção, até a saída no ponto de venda. Esse conhecimento é determinante para que ele possa executar adequadamente qualquer ação visando o futuro.
Esse seria o cenário ideal em qualquer negócio, mas a situação se revela ser muito mais desafiadora na prática. As diversas variáveis dentro de cada panificadora e, principalmente, dentro de cada família, podem ser um grande diferencial. Os herdeiros também devem ser conscientizados de que não vão herdar uma empresa, mas uma sociedade composta muitas vezes por pessoas que não se escolheram. É fundamental separar claramente os conceitos de família, propriedade e empresa. Durante todo o processo, o ideal é haver um clima de diálogo para tratar dos conflitos já existentes e dos que podem surgir.
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