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O impacto do fim do sistema 6X1 nas empresas que trabalham de segunda a domingo
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O sistema 6×1, no qual o trabalhador tem um dia de descanso após seis dias consecutivos de trabalho, é comumente utilizado para negócios que precisam funcionar diariamente para atender a demanda constante dos clientes. Isso acontece em padarias, supermercados e outros estabelecimentos do varejo, que operam de segunda a domingo ou mesmo de segunda a sábado.
O tema tem sido debatido no Congresso Nacional e por diversos setores da sociedade. Enquanto alguns empresários demonstram preocupação, outros, principalmente os que atuam com entretenimento, comemoram, acreditando que, com mais tempo para o lazer, as pessoas consumiriam mais seus serviços.
No entanto, uma mudança no regime de trabalho 6×1 para outras escalas pode trazer impactos significativos para empresas do varejo, como é o caso de padarias e supermercados, por exemplo, que teriam que reorganizar suas escalas e reavaliar a distribuição de tarefas para garantir o funcionamento contínuo e sem interrupções. Isso pode significar mais complexidade na gestão de pessoal, já que será necessário criar escalas para garantir que cada colaborador tenha os descansos legais, ao mesmo tempo em que o serviço não seja prejudicado.
Além disso, essas empresas podem ter custos operacionais mais altos, uma vez que, para cobrir todos os dias da semana com folgas mais frequentes, pode ser necessário aumentar o quadro de funcionários. Isso também exige ajustes nas práticas de recrutamento e treinamento para manter o padrão de atendimento e produtividade, algo essencial para as empresas.
A adaptação a um novo sistema de trabalho 6×1, portanto, exige planejamento e ajustes estratégicos para que as padarias e os outros estabelecimentos impactados mantenham seu ritmo de produção e a satisfação dos clientes, equilibrando as necessidades dos trabalhadores e as opções operacionais da empresa.
O Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) divulgou uma nota para a imprensa em que explica que a mudança elevaria preços dos produtos e levaria a fechamento de estabelecimentos: “O impacto econômico de uma mudança como esta resultará em aumento de custos, que refletirá nos preços dos produtos, dificuldades em viabilizar a operação e, em alguns casos, até em fechamento permanente de estabelecimentos ou em alguns dias da semana”, diz a nota publicada no portal UOL.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), também em nota, garante que a medida pode provocar onda de demissões. “Uma redução da jornada geraria um impacto econômico que pode levar a demissões, redução de salário de novas contratações e fechamento de estabelecimentos em dias específicos. Ao invés de gerar novos postos de trabalho, a medida pode provocar uma onda de demissões, especialmente em setores de mão de obra intensiva, prejudicando justamente aqueles que a medida propõe beneficiar.”
O Ministério do Trabalho acompanha de perto o debate e garante que a “redução da jornada é possível e saudável”, mas que a questão deveria ser tratada em convenções e acordos coletivos entre empresas e empregados.
Enfim, ainda parece haver um longo caminho até a conclusão dessa discussão. Esperamos, no entanto, que ela inclua toda a sociedade, além dos trabalhadores e das empresas impactadas pela medida.
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