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O que a Europa pode nos ensinar sobre vender pão e pizza no Brasil 

O artigo mostra como padarias e pizzarias brasileiras podem se inspirar na Itália e na França para vender melhor, fortalecer o posicionamento e criar experiências únicas. Na Itália, cada cidade ensina uma lição: em Roma, pizza por peso em vitrines chamativas; em Florença, a experiência artesanal do forno a lenha; em Milão, rapidez com processos otimizados e identidade de marca clara. Na França, o pão é símbolo cultural, valorizado por nomes que contam histórias, vitrines cuidadosas e pela relação próxima entre padeiro e cliente — o que aumenta a percepção de valor. Para o Brasil, faz sentido aplicar: apresentação atrativa, storytelling, atendimento consultivo e respeito ao processo. É preciso adaptar produção, escala e preços, sem copiar hábitos que não se encaixam na nossa realidade.
Autor
Matheus Pinheiro
1 de outubro de 2025

O que a Europa pode nos ensinar sobre vender pão e pizza no Brasil 

Viajar é uma forma de aprender com os olhos e, como técnico em panificação, minha viagem à Itália e à França foi também uma imersão em vitrines, fornos, balcões e prateleiras. Entre pizzas artesanais, pães rústicos e croissants folhados, encontrei muito mais do que técnicas, encontrei ideias sobre como vender bem. 

Neste artigo, compartilho o que essas duas grandes culturas me ensinaram sobre posicionamento, experiência do cliente, diferenciação e, principalmente, como podemos adaptar essas lições para a panificação e pizzarias brasileiras. 

1. Roma, Florença e Milão: pizza é arte, experiência e praticidade 

Em Roma, o que mais me chamou a atenção foi a valorização da pizza al taglio, vendida em pedaços, exposta em vitrines chamativas e vendida por peso. Ingredientes premium, cores vibrantes, iluminação perfeita. A pizza vira um espetáculo! 

Em Florença, vi o oposto: pizzarias pequenas, com poucos sabores, assadas em forno a lenha e servidas individualmente. O foco é na experiência: o cliente espera, observa a finalização da pizza, sente os aromas, conversa com o atendente. 

Já em Milão, a pizza é rápida, mas sem perder qualidade. Em pizzarias de alto fluxo, os processos são otimizados: fermentações mais curtas com farinhas fortes, bom uso de pré-massas e mise en place afiado. Tudo com um layout funcional, embalagens criativas e uma identidade de marca clara. 

Três cidades, três formas de vender pizza. Qual delas mais se aproxima do seu negócio? 

2. A França e o pão como símbolo cultural e de valor 

Na França, o pão não é só alimento, é parte da identidade nacional e isso muda completamente a forma como ele é apresentado, vendido e valorizado. 

As boulangeries cuidam de cada detalhe: desde a vitrine até a nomenclatura dos produtos. “Baguette tradition”, “pain de campagne”, “levain aux noix”. Cada nome carrega uma história e o cliente paga mais por isso porque entende o valor do que está comprando. 

Além disso, o pão tem papel central no cotidiano: é comum comprar mais de uma vez ao dia, escolher o fornecedor preferido, conhecer o padeiro pelo nome. 

3. O que podemos adaptar (e o que não faz sentido copiar) 

O que funciona no Brasil: 

  • A apresentação que valoriza o produto: vitrines organizadas, nomes bem escolhidos, iluminação, storytelling. 
     
  • O respeito ao processo: comunicar que o pão tem como ingrediente massa madre ou foi feito com farinha especial agrega valor. 
     
  • A experiência do cliente: atendimento consultivo, degustação, variedade enxuta com qualidade. 

O que precisa ser adaptado: 

  • Modelos de produção e escala: a nossa realidade de clima, ingredientes e custo exigem ajustes nas fermentações e logística. 
     
  • Preço e percepção de valor: é preciso educar o consumidor brasileiro sobre o que é um bom pão ou pizza e por que vale mais. 

O que não faz sentido copiar: 

  • Processos que exigem infraestrutura ou insumos que não temos no Brasil. 
     
  • Modelos de consumo baseados em hábitos culturais muito diferentes (ex: comprar pão fresco duas vezes ao dia). 

Vender bem é também contar uma boa história 

Voltei da Europa com a certeza de que vender pão ou pizza com sucesso não depende só da receita. Depende de como você apresenta, explica, entrega e se conecta com o cliente. 

Cada pedaço de pizza ou fatia de pão pode carregar uma história: sobre fermentação, ingredientes, tempo, cuidado e o cliente está cada vez mais disposto a ouvir essa história… E pagar por ela! 

Qual dessas ideias você pode começar a testar na sua padaria ou pizzaria esta semana? A inovação começa com um novo olhar.

Sobre o autor:
Matheus Pinheiro
Matheus Moura Pinheiro é técnico em panificação, há três anos na Lesaffre, com experiência na aplicação de ingredientes, massa madre viva e inativa, fermento biológico e otimização de processos produtivos. Atua ministrando treinamentos teóricos e práticos para indústrias, centrais de produção e distribuidores, garantindo padronização e qualidade nos produtos. Formado em Gastronomia pela Unicesumar, com especialização em panificação, morou por um ano na China, adquirindo experiência internacional na área, na qual atua há 11 anos. 
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