Publicidade

Home >

Artigos >

Do corte ao forno

Considero esta etapa desde o corte no pão até sua retirada do forno.
Autor
Pedro Calvo
4 de março de 2016

Do corte ao forno

Um tema tão importante quanto a matéria-prima ou a fermentação na panificação é o assamento do pão – penúltima etapa de um total de doze.

Considero esta etapa desde o corte no pão até sua retirada do forno.

O corte no pão não serve apenas como a assinatura do padeiro ou para deixar o pão mais bonito. Ele proporciona o aumento do volume do pão no assamento. O corte se transforma na chaminé do pão, tornando-se a parte mais frágil da massa por onde os vapores irão sair. Últimos gases de CO2 que a fermentação irá produzir – até o interior do pão chegar na faixa de 60Cº onde o fermento irá morrer e cessar a expansão da massa.

Pegar a lâmina e rasgar a superfície da massa não é tão simples assim. Existe profundidade, ângulo e o desenho do corte correto. Se a profundidade for rasa, a pestana não abre, o pão fica pequeno e a massa tende a rasgar em alguma outra parte. Se o ângulo não for o correto, a pestana não é formada corretamente. E se o desenho não for o apropriado, corre-se o risco de o pão não atingir o volume desejável – podemos ver esta diferença em cortes mal executados de baguettes ou comparando um corte de ponta-a-ponta no pão com dois ou mais cortes, por exemplo (um corte tende a deixar o pão maior).

Após cortar o pão é hora de colocá-lo no forno (no forno lastro, por ser o forno adequado para assar pães com casca). O que muitos não sabem é que o correto a se fazer é dar um vapor antes de colocar o pão no forno e um logo após sua inserção.

O primeiro vapor serve para preparar a câmara para a chegada do pão, deixa-la úmida. Já o segundo faz toda a diferença no produto final.

A superfície do pão é a primeira parte a começar a esquentar e ressecar para formar a crosta. O vapor ajuda a formar uma película fina de umidade na casca do pão, abaixando a temperatura da massa e fazendo com que o miolo tenha mais tempo para crescer (última fermentação descrita acima chamada de salto de forno). Sem o vapor, a superfície do pão ressecaria rapidamente, formando a crosta. Com a crosta formada, o miolo não teria como expandir, deixando o pão pequeno.

Outro fator importante na injeção de umidade é que o calor acelera a atividade enzimática na superfície da massa, quebrando os açúcares complexos em açúcares simples. E esses açúcares simples contribuem para a coloração do pão. Novamente, o vapor abaixa a temperatura da massa fazendo com que as enzimas trabalhem por mais tempo, aumentando a coloração do pão.

Acabando o tempo de assamento é hora de retirar o pão do forno. É importante ressaltar que todo pão, quando sai do forno, precisa ser colocado em uma assadeira perfurada ou grelha para resfriar. Isto evita a formação de umidade na base do pão.

Um dos momentos mágicos é ouvir o pão “cantar” logo após sair do forno. Este fenômeno acontece porque o pão perde umidade e um pouco de volume. E a casca que é rígida começa a craquelar.

Boa fornada a todos!

Sobre o autor:
Pedro Calvo
Publique em suas redes sociais e marca a gente: #massamadreblog
Compartilhar
Por Fernando de Oliveira
Por Massa Madre Blog
Por Diego Barcelos
Por Massa Madre Blog

Publicidade

Headline

Never Miss A Story

Get our Weekly recap with the latest news, articles and resources.
Cookie policy
We use our own and third party cookies to allow us to understand how the site is used and to support our marketing campaigns.

Hot daily news right into your inbox.