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Tudo que você precisa saber sobre pão francês
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A origem do pão francês. Embora a origem exata do pão de sal seja desconhecida, ela é atribuída à elite que viajava pela Europa. Essas pessoas teriam falado para os padeiros locais as características dos pãezinhos do exterior no intuito deles conseguirem criar uma receita igual.
Provavelmente você já deve saber que o pão francês é preferência nacional quando o assunto é pão. O alimento, que possui o miolo macio, claro e farto, além de uma casca fina, dourada e crocante, e é ideal para compor cafés da manhã e lanches da tarde de famílias do país inteiro, independentemente do que o acompanha: manteiga, requeijão, mortadela, ovos mexidos, geleia, creme de avelã, queijo, requeijão de corte, peito de peru ou carne louca.
Com base nisso, resolvemos desenvolver um miniguia contendo as principais informações sobre o pão francês. Vamos falar sobre a história, as curiosidades, os benefícios e os malefícios, os mitos, algumas receitas com o pãozinho e ainda sobre a preparação da massa. Se você tem curiosidade sobre o assunto e quer saber muito mais, continue a leitura deste post!
A origem do pão francês
Embora a origem exata do pão de sal seja desconhecida, ela é atribuída à elite que viajava pela Europa. Essas pessoas teriam falado para os padeiros locais as características dos pãezinhos do exterior no intuito deles conseguirem criar uma receita igual.
Mais especificamente, a República do Brasil buscava maneiras de minimizar os efeitos da antiga colonização portuguesa e do antigo império, por isso, passou a difundir os costumes e os usos de Paris.
Dessa forma, nas primeiras décadas do século 20, o número de confeitarias e cafés aumentou significativamente, assim como os pedidos para a reprodução de pães com o miolo macio e com a casca dourada, assim como os dos franceses.
Portanto, pela descrição da elite viajante, os padeiros criaram uma receita brasileira que chamaram de pão francês. Entretanto, além de atender às exigências dos consumidores, o produto superou as expectativas por ser extremamente saboroso e macio, graças à adição de um pouco de açúcar e de gordura na massa.
O consumo no Brasil
Apesar de conhecer o pão de trigo desde a chegada dos colonizadores portugueses, o consumo do alimento no Brasil colonial não foi tão comum até meados do século 19. Até então, consumia-se produtos à base de milho e derivados da mandioca, como a farofa, o beiju de tapioca e o pirão.
No entanto, na virada para o século 20, a influência dos imigrantes europeus ocasionou a difusão da cultura de se comer pão, em especial a influência dos italianos, que fundaram padarias de fermentação natural no país. Nesse período o Brasil passava por intensas modificações econômicas e políticas, marcando um procedimento de abertura para o comércio externo, já que era a época da Primeira República.
Com isso, a população — que era composta por uma elite de alto poder econômico (coronéis e comerciantes), pela classe média (profissionais liberais, políticos e intelectuais) e pelos trabalhadores rurais — passou a se adaptar às modificações e o novo hábito começou a fazer parte do cotidiano brasileiro.
Tudo isso ocorreu por que, com a abertura para o comércio exterior, o Brasil tornava-se um alvo consumidor dos produtos dos outros países que precisavam acabar com toda a produção industrial em excesso. Inclusive, havia a iniciativa por meio de propagandas que falavam da qualidade da farinha e das vantagens do alimento.
Vale mencionar ainda que, no período, as características do pão eram distintas do tradicional pão de sal dos dias atuais. Ele era escuro tanto na casca quanto no miolo, considerado uma versão tropical do pão italiano.
A explicação do nome “pão francês”
O tradicional pão da França, precursor da baguete, um pão pequeno, de casca dourada e miolo claro (feito basicamente de farinha de trigo, sal, água e fermento), é bastante diferente do pão francês brasileiro, crocante e dourado por fora, ao mesmo tempo que é macio e clarinho por dentro (devido à adição de açúcar e gordura na massa).
Todavia, como a receita foi criada no intuito de copiar os pães de Paris, os padeiros locais do início do século 20 deram-lhe esse nome.
É interessante mencionar ainda que, no Brasil, o tradicional pãozinho francês também é chamado de pão massa grossa (no Maranhão), de pão carioquinha (no Ceará), de pão de sal (na região Sudeste), de cacetinho (no Rio Grande do Sul e na Bahia), de filão e de pão jacó (em Sergipe), de pão careca (no Pará), de pão aguado (na Paraíba) e de pãozinho (em São Paulo).
Pão francês: benefícios e malefícios
Benefícios
Existem muitas dietas que eliminam completamente o pão francês da alimentação. Entretanto, ele também oferece visíveis benefícios ao corpo humano. Veja quais são os principais!
O alimento é nutritivo
Com um elevado teor nutritivo, os pães são ótimas fontes de energia! Eles são ricos em carboidratos e proteínas, substâncias essenciais para assegurar a saúde de uma pessoa. Além disso, o alimento possui grandes quantidades de cálcio, de ferro, de fibras, de vitaminas do complexo B (B1, B2 e B5) e de minerais (potássio e sódio).
Ele possui carboidratos complexos
O alimento — especialmente os pães que são feitos com farinha integral — é uma opção para pessoas que buscam perder peso, já que ele é rico em carboidratos complexos. É importante apenas ter um controle em relação à quantidade para evitar que o pãozinho acabe gerando um desequilíbrio na dieta.
Malefícios
Como já mencionamos, o pão é um alimento indispensável na mesa da maioria dos brasileiros. Todavia, ele é considerado por muitos endocrinologistas e nutricionistas da área fitness um vilão das dietas quando consumido em excesso. Confira quais são seus malefícios!
A transformação de amido em glicose acontece rapidamente
Quando comparados a outros alimentos integrais e orgânicos, os pães não são tão benéficos, já que a absorção de seus nutrientes ocorre de maneira rápida. A situação acontece porque os grãos utilizados na fabricação de um pão são transformados em uma farinha finíssima que, apesar de o procedimento preservar os nutrientes do alimento, faz com que as substâncias sejam digeridas de um jeito mais rápido.
Isso significa que, ao chegar no sistema digestivo, os amidos são quebrados com muita rapidez e entram como glicose na corrente sanguínea.
O consumo em excesso pode causar diabetes
Quando os amidos dos pães entram na corrente sanguínea como glicose, eles aumentam os níveis de insulina e de açúcar do organismo humano. Isso significa que, se consumido em excesso, o alimento pode provocar diabetes em longo prazo.
O alimento possui glúten
Hoje em dia existem muitas dietas que eliminam o glúten da alimentação. Essa proteína presente no trigo possui propriedade que pode afetar a parede digestiva e, consequentemente, causar inchaço, irritação e outras reações alérgicas em pessoas que são intolerantes a esse tipo de proteína.
No entanto, é elementar ressaltar que as dietas restritas ao glúten são completamente específicas. Por isso, é de extrema importância consultar um profissional antes de eliminar a substância da sua alimentação.
O pão, em excesso, pode levar ao ganho de peso
O consumo exagerado de qualquer alimento rico em carboidratos, assim como o pão, é transformado em gordura pelo organismo se não houver um aumento do gasto energético. Consequentemente, a pessoa passa a ganhar peso se ingere o alimento em grandes quantidades.
As diferenças entre os pães
Possivelmente você já sabe que existem diferenças entres os tipos de pães. Confira as principais!
Pão de sal
O mais popular, que é o pão de sal, é composto de farinha refinada, água, sal, açúcar, fermento e um elemento gorduroso. O resultado é um alimento cheio de sabor, com uma casquinha fina, crocante e dourada, e com o miolo bem macio e branquinho.
O alimento possui, por unidade, cerca de 140 kcal e é considerado a preferência nacional, utilizado em lanchinhos da tarde e especialmente em cafés da manhã.
Pão francês integral
Com uma porcentagem de farinha integral superior à de farinha branca ou até mesmo com a porcentagem total, o produto integral é uma opção mais saudável do que o tradicional, uma vez que possui quantidades maiores de fibras e nutrientes.
O pão francês integral possui cerca de 125 kcal e é constituído dos mesmos ingredientes do tradicional, no entanto, com a mudança da farinha branca pela farinha integral (que não passou por nenhum processo de refinamento).
Pão de forma
Utilizado na preparação de muitos sanduíches (como o misto-quente), o pão de forma é encontrado, na maioria das vezes, já fatiado e pode ou não ter casca. Ele é feito de farinha de trigo, fermento biológico, sal, água, ovos e açúcar, e uma fatia possui cerca de 80 kcal.
Em padarias ou no mercado também é possível encontrar opções integrais e com adição de cereal. Eles normalmente são mais utilizados do que os tradicionais, já que têm um valor nutricional maior, com aveia, linhaça, gergelim, chia, centeio, soja e quinoa, por exemplo. A fatia possui, em média, 64 kcal.
Pão italiano
Com casca dura e um interior cheio de alvéolos, o pão italiano pode ser encontrado em formato redondo ou alongado (“filão”). Ele é feito por meio dos ingredientes básicos da panificação, que são a farinha, o fermento, a água e o sal. Em uma fatia de aproximadamente 30 gramas há cerca de 80 kcal.
Os mitos sobre o pão
Os mitos do pão ainda existem e, até hoje, trazem inverdades sobre o alimento. Confira!
O glúten do pão faz mal à saúde
O glúten é uma das proteínas presentes no trigo responsável, entre outras funções, por oferecer uma textura mais macia aos pães. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, ele não faz mal à saúde, tampouco interfere em uma dieta para a perda calórica.
A substância só não é indicada para os celíacos. Como já falamos, essas pessoas possuem intolerância a esse tipo de proteína, e para não ocasionar reações alérgicas, não devem ingeri-lo. Caso contrário, o elemento pode e deve ser consumido, em quantidades adequadas, por todo tipo de público.
O pão engorda
Qualquer alimento em exagero provoca o ganho de peso. O ideal é evitar quantidades maiores do pão branco, já que ele possui números inferiores de minerais, vitaminas e fibras. O pão integral, por sua vez, é extremamente rico nessas substâncias e ainda ajuda no controle do apetite e da saciedade.
O alimento causa inchaço
Não é o pão que causa inchaço em uma pessoa, mas os ingredientes industrializados encontrados na fabricação de grande parte dos produtos dos supermercados. O pão artesanal, feito naturalmente e com ingredientes de qualidade, não é prejudicial ao organismo.
Os segredos para preparar o pão
Na verdade não há segredos para preparar um pão francês de qualidade. Inicialmente, é importante misturar todos os ingredientes secos (a farinha de trigo, o fermento biológico seco, o açúcar e o sal). Depois, deve-se juntar a essa mistura os ingredientes líquidos (o leite e o óleo vegetal) até que tudo esteja bem homogêneo.
A etapa seguinte é a mistura. O processo é indispensável para desenvolver o glúten da farinha, que é o responsável por proporcionar um miolo macio e aromático. Em seguida, a massa deve ir para a primeira etapa de fermentação, que pode variar de acordo com a temperatura e com a umidade do ambiente.
Quando a massa já tiver passado pelo primeiro estágio de fermentação, popularmente conhecido como “dobrar de volume”, ela deve ser dividida igualmente para a modelagem dos pães. Esse processo pode ocorrer tanto manualmente quanto por meio de um maquinário.
Com todos os pãezinhos moldados, deve-se colocar novamente a massa para fermentar. Isso garante a maciez por dentro e a crocância por fora. Após esse período, os pães devem ser assados — preferencialmente em um forno de lastro, que assegura melhor o controle da temperatura e economia de energia. O resultado são pães fresquinhos e saborosos!
É interessante mencionar ainda que o procedimento pode mudar de acordo com o fermento usado, seja biológico fresco ou até mesmo fermento natural, de acordo com a preferência do(a) padeiro(a) ou estabelecimento.
Receitas utilizadas com pão francês
Além de ser uma delícia para consumir fresquinho, juntamente com algum condimento em um café da manhã ou no lanche da tarde, o pão francês “amanhecido” também pode ser usado em inúmeras receitas. Confira algumas opções!
Torradas
Supersaborosas, as torradas são ótimas opções para quem busca facilidade e rapidez no preparo. Para fazer, só é necessário cortar os pães em fatias de aproximadamente um dedo de espessura, passar manteiga ou azeite e polvilhar sobre elas ervas secas (como orégano e tomilho), caso queira.
Depois, leve-as ao forno até que fiquem crocantes e levemente douradas. Elas podem ser utilizadas para servir com patês, cremes à base de leite (como creme de ricota, coalhada seca, requeijão e cream cheese) e ainda na elaboração de bruschettas.
Pudim de pão
Caracterizada por ser uma sobremesa simples e muito gostosa, o pudim de pão é uma receita que utiliza pães amanhecidos, ovos, leite e açúcar. Tudo deve ser batido no liquidificador e depois transferido para uma assadeira caramelada com açúcar.
Depois disso, a assadeira deve ser levada ao forno. Para finalizar, é possível polvilhar um pouco de canela e servir o pudim com o sorvete de sua preferência.
Vale falar que depois que a massa já estiver batida, é possível incrementá-la com castanhas e frutas secas, como uva passa e damasco.
Torta salgada
Outra receita envolvendo o pão francês é a torta salgada. A massa é uma preparação base composta de pãezinhos amanhecidos, ovos, leite, óleo, fermento químico, sal e pimenta do reino. Tudo deve ser batido no liquidificador.
Já o recheio pode ser escolhido de acordo com o gosto pessoal. É possível utilizar molho de carne moída, molho de frango, molho de salsicha, legumes salteados, atum, tomatinho cereja com manjericão, cubos de queijo e talos de legumes também salteados, por exemplo.
Farinha de rosca
Ideal para empanar alimentos como carnes e legumes e deixá-los crocantes, a farinha de rosca normalmente é encontrada em supermercados e padarias, mas pode ser feita por você mesmo.
Basta pegar os pães inteiros e levá-los ao forno até ficarem crocantes. Depois você pode processá-los ou até mesmo passá-los em um ralador. A espessura da farinha é você quem determina. O resultado é surpreendente!
Lasanha de pão
Por mais que pareça estranho, a lasanha de pão é incrivelmente gostosa e superfácil de fazer. Aqui, o pão entra como a base da preparação e, por isso, deve ser cortado em fatias finas. Posteriormente, você deve intercalar camadas de recheio (de sua preferência) e camadas do pãozinho já fatiado.
Para deixá-la bem suculenta, é importante utilizar também um molho, tanto de tomate quanto branco. Ele pode ser acrescentado ao seu recheio ou intercalado junto com as demais camadas.
Bolinho de carne
Supergostoso e rápido de fazer, o bolinho de carne é uma incrível ideia de aperitivo. A massa leva apenas pão amanhecido molhado em água, a mesma proporção de carne moída crua, ovo e temperos a gosto, como sal, pimenta do reino e cheiro verde.
Após umedecer o pãozinho, é elementar apertá-lo bem com as mãos para retirar o excesso do líquido. Se mesmo assim a massa ficar muito mole, você pode acrescentar um pouco de aveia em flocos.
Deixe tudo bem homogêneo, molde os bolinhos e passe-os em uma farinha de rosca (que, inclusive, pode ser feita por você com os pães, como já citamos aqui). Em seguida, frite em óleo quente ou leve para assar até ficarem bem dourados.
Uma boa sugestão é recheá-los com cubos de queijo e servi-los com um molhinho de sua preferência.
Rabanada
Caracterizada como uma das sobremesas mais típicas do período natalino, as rabanadas são deliciosas! Basta cortar o pão francês em fatias médias (de um a dois dedos de espessura), passá-las em uma mistura de leite integral e leite condensado e, em seguida, em uma outra mistura de ovos batidos e um pouco de canela.
Depois elas devem ser fritas em óleo quente até ficarem bem douradas. Retire o excesso de gordura com o auxílio de um papel toalha e em seguida polvilhe açúcar e canela. A receita ainda pode ser servida quentinha com uma bola de sorvete de creme.
Curiosidades sobre os pães
Os pães sempre fizeram parte da história mundial, uma vez que existem há milhares de anos. Até hoje, ele está presente na mesa da maioria das pessoas e é considerado por muitos um alimento indispensável ao longo de um dia. Algumas curiosidades são:
- a fermentação de pães já era utilizada no ano 2000 a.C.;
- o pão, no antigo Egito, era utilizado como pagamento;
- o pão simboliza o corpo de Cristo para os cristãos;
- há quem diga que as primeiras padarias surgiram no Egito e, posteriormente, foram levadas para outros lugares do mundo;
- na França, o pão mais consumido é a baguete, e não o pão francês;
- para evitar o endurecimento do pão, ele deve ser guardado em um local seco e com circulação de ar, como em bolsas de pano e sacos de papel;
- o pãozinho tende a ficar mais seco quando fatiado e exposto por algumas horas;
- atualmente, o país que mais consome pão é a Rússia. Por ano, cada pessoa chega a comer 120 quilos, que equivale a 10 quilos por mês e cerca de 340 gramas por dia.
Pronto! Agora você já tem um miniguia completo contendo todas as informações relevantes a respeito do pão francês. Depois de tudo isso, vale a pena ressaltar a importância desse produto na história do país e no cotidiano de pessoas do mundo inteiro.
É importante mencionar ainda que a gastronomia é um extenso universo, marcada pelo seu exercício que passa pelo conhecimento, pela utilização dos ingredientes e dos equipamentos e chega até a descoberta de novas técnicas culinárias.
Você gostou desta publicação? Conhece mais alguma informação sobre o pão francês que não foi citada neste artigo? Então deixe nos comentários e complemente o nosso post! Até a próxima!
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