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Descubra a incrível história do Pastel de Belém
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Você provavelmente já ouviu falar sobre os pasteizinhos de Belém, não é mesmo? Esse doce tipicamente português surgiu no início do século XIX e até hoje é considerado uma sobremesa atrativa, aromática e saborosa. Se você tem interesse nesse assunto, continue com a leitura e conheça as principais informações sobre a história do Pastel de Belém, desde a origem até a sua disseminação e como ele é visto na atualidade. Confira!
A história do Pastel de Belém
Com quase 200 anos, a história do Pastel de Belém ainda se baseia bastante em contos e lendas. Acredita-se que o doce, uma marca registrada e autêntica de Portugal, surgiu no início do século XIX, tendo sido criada pelos monges do Mosteiro dos Jerônimos, localizado em Belém, atual bairro de Lisboa.
Dizem que eles encontraram nesta receita uma maneira de aproveitar as gemas que sobravam da fabricação de hóstias, que na época eram feitas de farinha de trigo e clara de ovo. Só eles trabalhavam na confeitaria de Belém e, por isso, somente eles sabiam como preparar o tradicional doce, sem que pudessem revelar o segredo a ninguém.
Nesse período, os clérigos do mosteiro confeccionavam e vendiam os pastéis para a população, em uma tentativa de subsistência. No entanto, a partir do ano de 1920, ocorreram as revoluções liberais e todos os monges e freiras tiveram que sair de seus conventos. Com isso, os trabalhadores laicos que viviam no espaço, inclusive os pasteleiros, saíram à procura de novos empregos.
Por sorte, um dos doceiros do mosteiro encontrou-se com um comerciante, Domingos Rafael Alves, que tinha uma antiga refinaria de açúcar. Ele, completamente interessado pela receita, conseguiu descobrir o segredo da preparação, levando o então monge para trabalhar com ele.
O comerciante começou então a vender os doces, que receberam o nome de “Pastéis de Belém”. Inicialmente, ele os comercializava na própria refinaria e, mais tarde, em uma lojinha que se chamava “A antiga confeitaria de Belém”.
A disseminação dos pastéis
Na época em que os pastéis eram vendidos na confeitaria de Domingos Rafael, a região de Belém não fazia parte de Lisboa. Contudo, o Mosteiro dos Jerônimos e a Torre de Belém eram pontos que atraíam visitantes, tanto de Lisboa quanto de outras regiões. Isso levava os turistas diretamente ao comércio de pastéis, contribuindo para consolidar a fama da receita tão misteriosa.
Já no século XX, tornou-se um hábito ir até Belém para conhecer a região, os monumentos e, claro, experimentar o famoso Pastel de Belém.
Quando Lisboa virou um roteiro turístico internacional, a fama da receita ultrapassou as fronteiras e se disseminou para outras partes do mundo, de Nova Iorque ao Japão, sempre mantendo a receita original em segredo.
O segredo da receita original
É claro que com o tempo as confeitarias e os cafés do mundo inteiro, sobretudo de Lisboa, tentaram descobrir o segredo da receita. Entretanto, até hoje ela é preservada por mestres que fizeram um acordo de confidencialidade, inclusive entre as quatro paredes da “Oficina do Segredo”.
Os atuais donos da marca da “Antiga confeitaria de Belém”, hoje chamada de “Pastéis de Belém”, mantêm o mistério e não divulgam a receita, resistindo até mesmo a abrir filiais ou trabalhar com franquias, justamente para que o segredo não seja compartilhado. Vale mencionar que em 2011 o Pastel de Belém foi considerado uma das sete maravilhas da gastronomia de Portugal.
Atualmente, é possível comprar os pastéis de nata em muitos comércios de vários países além de Portugal, como Brasil, China, Malásia e Hong Kong, porém somente os originais recebem a denominação tradicional de “Pastel de Belém”.
As curiosidades
Por ser um doce típico e muito apreciado, existem diversas curiosidades referentes à sua receita, histórias e cultura. Veja algumas delas!
- Embora o Pastel de Belém também seja popularmente conhecido como pastel de nata e exista em quase todas as cidades portuguesas, eles não são a mesma coisa. Como já mencionamos, só podem ser chamados de Pastéis de Belém os doces da receita tradicional e original, que é guardada em segredo, proporcionando uma experiência gastronômica única. Aqueles pasteizinhos que são produzidos em outras regiões, inclusive no Brasil, na tentativa de buscar um resultado semelhante ao original, são os pastéis de nata.
- Diariamente são fabricados e vendidos cerca de 20 mil pastéis. Essa quantidade chega a duplicar aos finais de semana devido ao elevado número de visitantes que vão até a loja tradicional adquirir o produto.
- Em Portugal, um país carregado de cultura, há um provérbio que diz que “noiva que come pastel, não tira mais o anel”. Dessa forma, é normal ver pessoas recém-casadas nas pastelarias portuguesas, vestidas com a roupa do casamento, no dia da cerimônia e em um ato de tradição, se deliciando com o verdadeiro Pastel de Belém.
As receitas inspiradas
Embora a receita original não seja divulgada, são muitas as tentativas de se obter um verdadeiro Pastel de Belém. Acredita-se que o segredo está na forma de fazer, e não na adição de um ingrediente surpresa, como a maioria das pessoas acredita.
Sabe-se que o delicioso recheio é feito com o trio típico da confeitaria portuguesa: açúcar, leite e gemas de ovos. Ainda é possível acrescentar um aromatizante, que pode ser baunilha ou raspas de limão, por exemplo.
Já a massa é bastante parecida com uma massa folhada, feita com farinha, manteiga (ou margarina), água e sal. Normalmente os doces são servidos ainda quentinhos e polvilhados com açúcar e canela.
É isso aí, agora que você já sabe sobre a incrível história do Pastel de Belém, não se esqueça de ir até a pastelaria tradicional quando visitar Lisboa e experimentar essa receita supersaborosa e típica.
É claro que você também pode (e deve) experimentar os pasteizinhos de nata comercializados em outras pastelarias, que são mais facilmente encontrados e que, embora não sejam os originais, também são muito gostosos.
E você, já experimentou o famoso Pastel de Belém? Se já provou essa sobremesa típica e exclusiva de Portugal, deixe um comentário no post contando para a gente sobre a sua experiência. Até a próxima!
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