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Pão e o ofício de padeiro

Uma homenagem ao padeiro e seu ofício
Autor
Eugênia Pickina
8 de julho de 2019

Pão e o ofício de padeiro

Desde sempre comemos. Por fome, desejo e memória. Sim, porque as lembranças do que comemos sentimentalmente seguem conosco, marcando-nos para sempre.

Aos fatos: na etapa em que estávamos crescendo, nossa mãe ou nosso pai cozinhava e nos instruía com certas comidas, estimulando hábitos e gostos, e tudo isso envolvido em uma mistura de prazer e lágrimas, pois também havia os dias difíceis com suas receitas apropriadas.

Sobre o pão?

Não há melhor coisa que um pão recém-assado, desfrutável em todas as estações, os dias frios e os dias lindos, azeite, manteiga, geleia. No retrato de minha infância, por exemplo,  o pão se encaixava sempre: saborear ao máximo a fatia tostada, depois correr brincar no quintal, a vizinha cantando Carole King. Cresci com o costume do pão, felizmente: integral, de centeio, mas também de farinha branca, muitas vezes enfeitado com frutas, outras vezes com nozes, crocante.

O pão?

Certamente facilita o enfrentamento da rotina, o inesperado da vida, quando estamos em casa e no mundo, pois o caminho é tudo. Mais expressivo que tudo é a missão do padeiro, quem nos ajuda a dar graças à Natureza por um pão bem feito.

O padeiro?

Quando falamos em tipos de pão, sentimento de identidade e de região afloram, elementos que estão associados ao afeto, à memória. Em nome dos padeiros, então, lançamos a pergunta sem receio: afinal, que diferença há entre um artista plástico, um poeta, um grande padeiro? Não nos esqueçamos, por exemplo, que, desde o século XVII, os padeiros artesanais na Europa são reconhecidos e admirados pelo alto valor e qualidade de seu trabalho…

Na verdade, há artistas que já nascem bons: assim que vemos uma pintura de Rembrandt exclamamos “quanta beleza!”, exatamente quando vemos uma baguete perfeita, o fruto de um padeiro vocacionado, e, água na boca, de imediato pronunciamos: “maravilhosa!” Como são cheios de delícia seus brioches, seus pãezinhos! Como avivam nossos sentidos esses pequenos momentos de alegria…

O pão é perfeito quando o padeiro tem dom, paixão, disciplina. É ato de amor fazer o pão, oferecê-lo aos outros, inspirando o dever essencial do ser humano: compartilhar – pão, pão, pão…

Quem acompanha o dia a dia de um grande padeiro assiste à vocação desde o primeiro pão: moinhos e farinhas, decifrar a massa madre, medidas e receitas que exigem tempo, concentração e paciência, fornos e competências…  Além disso, com muita frequência, quem vê um padeiro se depara com um cientista testando uma substância, um  técnico controlando a máquina, um escultor alisando a massa clara, modelando a massa escura, absorvido pelo longo instante de solidão e esperança.

Da natureza de um padeiro, o que é mais complexo?

Tudo se passa em torno da fabricação de um pão. Pão de qualidade. Assim, em nome do prazer e da felicidade, celebremos o ofício do padeiro, pois é a vida que importa.

Sobre o autor:
Eugênia Pickina
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