Economia de energia na padaria – Fornos Turbo

Sempre que o panificador necessita de adquirir fornos do tipo Turbo para a sua produção, além de encontrar várias marcas disponíveis no mercado, vai encarar com alguma complexidade na escolha dos mais econômicos e que ao mesmo tempo beneficiem da melhor relação qualidade/preço.

Nos últimos anos, este tipo de fornos têm sido alvo de inúmeras evoluções tecnológicas, por parte de algumas marcas com experiência em mercados internacionais, recorrendo a técnicas novas e evoluídas para atender às necessidades mais exigentes dos usuários finais, tais como, o aperfeiçoamento da qualidade dos assamentos, a facilidade de manejamento, a qualidade global dos equipamentos e, sobretudo, a economia de energia.

Alguns fabricantes Europeus atingiram já um nível tecnológico que, comparados com outros menos munidos tecnicamente ou com menor sagacidade, as diferenças são bastante significativas e com resultados incontestavelmente melhores em vários aspetos, podendo atender de forma superior a todas as necessidades dos profissionais do sector.

As tecnologias de última geração que estes fabricantes aplicam nos fornos são o resultado de vários anos de investigação e desenvolvimento continuado, conjuntamente com um acompanhamento rigoroso dos resultados práticos nas diferentes utilizações dos equipamentos, fazendo surgir técnicas e sistemas inéditos, os quais estão plenamente adequados para dar resposta a todas pretensões e capazes de suscitar o aumento da qualidade e economia de energia na padaria.

Os requisitos antes reconhecidos como essenciais para que alguns dos fornos Turbo fossem então a melhor escolha, estão agora em grande parte obsoletos e a impor ponderação para estabelecer novos critérios de seleção do melhor forno, tendo sempre em consideração alguns fatores essenciais, tais como: a relação qualidade/preço mais sensata e a melhor economia de energia.

Para escolher a melhor relação entre o preço e a qualidade, além de ser fundamental avaliar todos os aspetos relacionados com: qualidade de assamento, qualidade geral, custos de manutenção, facilidade de manejamento e design, também é necessário avaliar o consumo previsto de energia para poder comparar tudo isto com o preço final dos equipamentos.

Por outro lado, será necessário determinar o melhor tipo de energia a usar neste tipo de fornos com o intuito de reduzir os gastos mas, para que esses cálculos sejam bem-feitos, o consumo previsto de energia não poderá ser restringido apenas a um determinado período de tempo mas sim tendo em conta uma quantidade concreta de produto assado nesse mesmo período de tempo, isto porque, alguns fornos são mais rápidos a esquentar e a assar que os outros, produzindo mais produto em menos tempo e, por consequência, gastando menos energia por cada fração de produto assado.

Feitos esses cálculos, ao contrário de algumas convicções, os fornos Turbo elétricos atuais com tecnologias avançadas consomem comprovadamente menos que os fornos a gás!

Os fornos Turbo elétricos são mais rápidos, não necessitam de tempos de espera para esquentar, são mais versáteis, são mais homogêneos, são mais eficazes e não necessitam de tanta manutenção como os fornos a gás.

Para comprovar este raciocínio podemos constatar que alguns fabricantes Europeus com renome internacional, ao depararem com este novo paradigma, se alguma vez fabricaram fornos Turbo de padaria e/ou confeitaria a gás, abandonaram a sua produção, fabricando agora exclusivamente fornos Turbo elétricos.

Boa escolha!

Pain au Chocolat

O pain au chocolate é um clássico na França dos pães doces como o croissant. Ele é delicioso, suave, equilibrado e crocante com um sabor a manteiga e de chocolate belga inesquecível!

Pão de milho

Neste pão, uso a técnica de esponja ou poolish para obtermos uma casca crocante e uma melhor conservação. Gosto de usar a farinha de milho colonial, moída em moinho de pedra que tem muito mais sabor e aroma mesclado com o fubá de milho italiano, mais grosso.

Trabalhe com a água bem gelada e tire proveito do descanso da massa em geladeira para um melhor resultado. Você poderá fazer em forma ou modelar em filão ou bola. No acabamento, passe o pão no fubá de milho e faça um belo corte central.

Boa fornada!

Pizza PRALADEBOM

Para que as pessoas com essas restrições ao glúten possam compartilhar uma pizza foi criada essa receita. Não importa o recheio, a pizza, sempre reúne famílias, amigos e está presente em datas comemorativas. Queremos com esta receita participar destes momentos, alegrando-os. Criamos uma massa leve e saborosa, feita com farinhas funcionais de grãos considerados superalimentos, com alta densidade nutricional e com muitas fibras.  Aprecie!

Pão Branco com fermento natural

Até meados do século XX, este pão que para nós hoje em dia, é tão comum, era considerado artigo de luxo, somente os nobres podiam consumir todos os dias. Os camponeses em geral, só faziam pão branco aos domingos, ou dias de festas, havia até padeiros que com suas carroças, paravam na frente das igrejas para depois do culto dominical vender o seu pão de fim de semana.

Usava-se, centeio, milho, cevada, e uma parte muito pequena de trigo, pois o seu valor era muito alto, em comparação aos outros cereais. Com a modernização da agricultura, este cereal passou a ser mais barato do que o próprio centeio, por isso hoje em dia vemos grande quantidade de pães brancos a venda. Entretanto com a industrialização das padarias, perdeu-se a qualidade neste tipo de pão, por isso, proponho uma receita bem tradicional para vocês, caseira feita à moda antiga com fermentação natural.

Broa de milho portuguesa

No Alto Minho, norte de Portugal é muito tradicional as chamadas broas. Apesar do milho ser de origem americana, acredita-se, por vestígios encontrados em sítios arqueológicos, no Egito e Grécia, que esta planta tenha chegado a Europa antes ainda da ‘Era dos Descobrimentos’, com a colonização do Brasil, este cereal, passa a ser plantado no norte de Portugal, como alternativa ao trigo. Desde longa data, as broas são feitas no norte de Portugal, moendo-se o milho em azenhas movidas a água, hoje em dia em todo país produz as broas, mas as melhores, na minha opinião, ainda são as do norte, e baseadas nestas, divido com vocês a minha versão desta receita.

Multigrãos Tipo Sourdough

Essa receita é uma adaptação minha dos pães Sourdough de São Francisco. Em respeito ao pão mais famosos do Estados Unidos, eu chamo o meu pão de “Tipo Sourdough”, porque em São Francisco existe uma espécie de bactéria (levedura selvagem) encontrada apenas lá, a Lactobacillus sanfranciscensis, o que confere aos pães feitos com os fermentos naturais criados lá, são únicos!

Aqui, no Sul do Brasil, ainda é raro os pães feitos com fermento natural, logo o sabor mais azedo, característicos desses pães, ainda é estranho para o pessoal daqui. Vocês vão notar que nesta receita faço duas alimentações para a levedura que vamos usar no pão, uma mais longa e a outra curta. Isso irá criar um levain balanceado entre a fermentação láctea e a acética.

É muito importante fazer a blocagem dessa massa para que ela mature bem e adquira mais sabor. A técnica de blocagem é literalmente “bloquear” a fermentação no refrigerador. Fiquem atento a temperatura da massa. Para que essa técnica seja bem sucedida, é importante que a temperatura fique dentro do especificado. Não deixe de tostar os grãos. Vocês vão se surpreender com o resultado. Boa fornada!

Profissionalização da panificação

Apesar de ter sido criado quase 12 mil ano atrás, na região da Mesopotâmia, no atual Oriente Médio, o pão é um alimento moderno. Sua produção passou por transformações ao longo do tempo, mudanças de ingredientes, processos e tecnologias se adequando ao período. Em 1996, cada brasileiro comia em média 17,4 kg de pão francês por ano, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE. Hoje, o consumo per capita de pães no Brasil é de 33,5 kg por habitante/ano, conforme dados do Programa de Desenvolvimento da Alimentação, Confeitaria e Panificação (Propan).

Atualmente, ele é a base de uma indústria que movimentou R$ 82,5 bilhões apenas no Brasil no último ano conforme levantamento do Instituto Tecnológico de Panificação e Confeitaria (ITPC) em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip). Com a industrialização e expansão recente, este mercado tem se tornado cada vez competitivo, exigindo agora novas mudanças com foco na profissionalização e na produtividade da sua cadeia.

A adoção de melhores políticas nos processos organizacionais e produtivos, a busca por maiores resultados e metas nos setores das empresas e a humanização nos atendimentos são algumas tendências na gestão dos negócios de panificação. São processos que fazem parte da cultura de empresas de vanguarda do setor. Estas organizações estão buscando ganhar eficiência e ser cada vez mais produtivas utilizando o mínimo de recursos para aumentar sua participação na indústria.

Esse movimento acontece porque as padarias já não competem mais apenas entre si. Supermercados já oferecem variados itens de panificação, assim como cafeterias, lanchonetes, empresas de fast food e outros segmentos da indústria alimentar. As empresas precisaram se reinventar, criar novos produtos que atendam as necessidades e desejos dos consumidores. Os produtos integrais, por exemplo, já representam 30% das opções de pães no mercado. Há cinco anos, o percentual não passava de 15%, conforme estatísticas da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas).

Mas não é só dos pães que vivem as padarias atualmente. Os produtos de fabricação própria representam 55% das vendas nos estabelecimentos. As empresas se configuram na atualidade como local de venda e consumo de variados tipos de alimentos. Agregaram conveniência e serviços de food service como almoço, happy hour, comida japonesa, pizzaria e rotisseria para oferecer novos serviços. Estas possibilidades de consumo ajudaram a elevar o tíquete médio em 78,5% nos últimos oito anos segundo a pesquisa do ITPC.

Apesar destes bons indicadores, a mudança no status quo da panificação não ocorreu para todos. A maioria das empresas ainda convive com os problemas da pré-modernidade. O processo de desenvolvimento, infelizmente, é irregular. Enquanto alguns empreendedores buscam participar e ser ativos no processo de inovação, outros tantos mantêm uma cultura conservadora, não investem ou saem do lugar comum e são engolidos pelo mercado cada vez mais competitivo. Precisamos lembrar que somos uma indústria decamilenar, mas não estamos mais na idade pedra. Infelizmente, quem não se atualizar e procurar fazer parte da mudança ficará obsoleto. O resultado é o próprio mercado que vai cobrar.

Panettone Praladebom – sem Glúten e sem Lactose

Em clima natalino, a chef Paula Rosignoli fez o saboroso Panetone Praladebom, que fica molhadinho e delicioso, como os melhores panettones tradicionais. Por não conter glúten nem lactose, ele atende as pessoas com essas restrições alimentares. Buscando um alimento mais saudável, não foi adicionado nenhum conservante mas, mesmo assim, ele se manterá na geladeira por até 7 dias.

Ingredientes para o creme

  • 100g de inhame cru, descascado e picado
  • 3 laranjas Pêra (separar raspas e depois descascar e picar)
  • 2 ovos inteiros
  • 2 gemas
  • 150g de açúcar demerara (pode ser açúcar comum)
  • 40g de óleo de coco (orgânico, preferencialmente)
  • 80gr de óleo vegetal
  • 2gr de sal
  • 10gr de essência de panetone
  • 100ml de água

Ingredientes secos

  • 250g de farinha sem glúten (existem varias marcas no mercado)
  • 150g de polvilho doce
  • 80g de farinha de amêndoa
  • 12g de fermento em pó químico

Ingredientes para a fermentação

  • 75ml de água
  • 20g de açúcar
  • 10g de fermento Biológico seco instantâneo

Frutas

  • 100g de Uvas Passas Pretas picadas
  • 100g de frutas cristalizadas
  • 50g de damascos picados
  • 50g de nozes ou amêndoas picadas

Instruções

  • Bater os ingredientes do creme no liquidificador até homogeneizar bem.
  • Numa tigela misturar bem os secos e juntar com o creme. Reservar.
  • Use outra vasilha para a fermentação.
  • Amorne a água, acrescente o açúcar e misture o fermento.
  • Deixar descansar por 10 minutos até espumar.
  • Misture todas as frutas e reserve.
  • Misturar bem o fermento na massa reservada. Adicionar as frutas separadas, vale lembrar, que a mistura deve ser levemente.
  • Dividir em duas formas de papel próprias para panettone de 500g.
  • Após este processo coloque em um lugar quentinho, para fermentar por aproximadamente 20 minutos.
  • Assar por 30 minutos à 200ºC.

Cobertura opcional

  • 150g de açúcar de confeiteiro misturado a 20g de água. Frutas secas a sua escolha!
Madeleine Coco e Maracujá

O renomeado chef de cozinha, Salvador Ariel Lettieri preparou uma receita deliciosa para o MMB. São as famosas Madeleines Coco e Maracujá. Esses bolinhos são originários da França, assados numa forma em formato de concha. Sua massa é de textura firme, porém delicada. Infinitas são as variações que pode-se inventar, abuse e use a sua criatividade na hora de cozinhar!

Ingredientes

  • 205g de farinha
  • 20g de fermento químico
  • 190g de açúcar
  • 30g de mel
  • 250g de manteiga
  • 180g ovos
  • 100g de polpa de maracujá
  • 45g de coco ralado
  • 15g de leite

Instruções

  • Aquecer os ovos com o açúcar e o mel no fogo direto sem parar de mexer com um batedor até alcançar os 50ºC.
  • Colocar em uma batedeira com o globo batedor em velocidade lenta.
  • Misturar o fermento químico com a farinha.
  • Adicionar os ovos um quarto da farinha, logo um quarto do coco e em seguida um quarto da polpa de maracujá, e assim, finalizar com esses ingredientes.
  • Derreter a manteiga e adicionar na massa tudo na batedeira!
  • Por último colocar o leite.
  • Levar na geladeira por 24 horas.
  • Aquecer o forno a 180ºC.
  • Dar forma as Madeleine no molde (normalmente Madeleine grande tem 38g)
  • Cozinha de 9 a 12 minutos até fazer o lombinho como na foto.
Pão Italiano de Azeitona

Um pão com todas as características de um pão italiano. Casca crocante e dourada. As azeitonas dão um aroma e sabor especial à essa receita deliciosa.

Ingredientes

  • 95% de farinha T65
  • 5% de farinha T150
  • 65% de água
  • 2% de sal marinho
  • 50% de fermento natural hidratado e com 16h de maturação – 25%
  • 0,5% de fermento biológico fresco
  • 20% de azeitonas verdes e pretas

Instruções para a mistura

  • Coloque todos os ingredientes, menos o sal e as azeitonas, na masseira e misture por 5 minutos em primeira velocidade. No final adicione o sal. Troque para a segunda velocidade e misture de 2 a 3 minutos.
  • O objetivo é atingir uma rede de glúten moderada.
    Temperatura da massa 24ºC.

Instruções de divisão

  • Coloque a massa na bancada enfarinha e divida em peças de 400g.
  • Pré-modelagem: bola
  • Deixa descansar por 30 minutos em temperatura ambiente.
  • Modele em formato de torpedo Italiano (batard).
  • Coloque em tecido enfarinhado.
  • Deixe descansar de 1h a 1h30 a 27ºC.
  • Retire do tecido e coloque na bandeja e faças os cortes.
  • Asse em a 220ºC (forno de lastro) ou a 180ºC (forno turbo) por 35 min com vapor no início.

Instruções

Coloque em uma caixa untada e deixe descansar por 2h fazendo uma dobra em 1h.

Baguette rústica com poolish

Baguette em francês, literalmente, “longo” é uma variedade de pão que é caracterizado por utilizar farinha de trigo e de ser mais longa que larga. Sua origem está no meio do século XVII, durante o reinado de Luís XIV e era Paris que deu à luz a primeira baguette. É um pão muito fresco, dourado e crocante com uma migalha fresca e macio muito fácil comer. O chef português, Júnior Ventura, mostra como esta receita é fácil de fazer. Vejam!

Economia de energia na padaria

O consumo de energia das padarias é uma das principais preocupações do panificador, devido ao custo elevado que representa para as empresas do setor.

Compondo todos os gastos, o consumo energético representa uma parcela importante do processo, podendo chegar aos 15% do total, sendo o forno o principal responsável por essa despesa e, quando este está tecnologicamente atrasado pode dilatar substancialmente essa parcela.

Nos últimos anos, especialmente na Europa, alguns fabricantes de fornos beneficiaram da evolução exponencial do “estado da arte” e já aplicam nos equipamentos várias tecnologias de ponta associadas a um conhecimento prático profundo, no sentido de atender totalmente às exigências e tendências atuais do mercado, oferecendo ao panificador a oportunidade de baixar consideravelmente os gastos com energia e um conjunto de várias outras vantagens.

Todos os industriais do setor que tenham oportunidade de adquirir fornos com estas novas tecnologias, além de verem o seu investimento pago em pouco tempo, só com a diferença na diminuição efetiva dos consumos, abrem a porta ao abatimento dos custos com as manutenções, ao aperfeiçoamento da qualidade dos seus produtos, à melhoria da sua produtividade e, na maior parte dos casos, à estimulação do aumento das suas vendas.

Estas novas tecnologias aplicadas nos fornos, alteraram um pouco o conceito anterior relativo à escolha ideal da energia a usar nos fornos para que estes sejam mais econômicos, em função da aplicação ou dos produtos a assar.

O “mito” antigo, o qual subsistiudurante algum tempo, instigando a acreditar que os fornos elétricos seriam muito mais consumidores relativamente aos fornos a gás ou a lenha, é agora desmistificado e derrubado porque, em muitas aplicações, os fornos elétricos atuais podem ser muito mais econômicos que os fornos a gás ou a lenha.

Em alguns casos, um forno elétrico pode economizar mais de 50% comparado com um forno similar a gás, com várias vantagens associadas tais como, por exemplo: rapidez e flexibilidade no processo, menor ocupação de espaço e menor manutenção.

No entanto, em algumas aplicações específicas, os fornos aquecidos a gás ou a lenha agora, são mais do que nunca, a opção ideal.

Em algumas panificadoras e em determinados produtos ou processos de fabricação, o uso destes fornos evoluídos tecnologicamente para consumirem gás ou lenha, pode representar uma diminuição de 20% no consumo comparado a um forno elétrico novo ou de 50% relativamente a um forno obsoleto a consumir o mesmo tipo de energia e, além disso, poderão acrescentar bastante “conforto” na utilização e na estabilização da qualidade dos produtos assados.

A escolha dos fornos ideais para as aplicações certas é normalmente uma fonte de dúvidas para os industriais de panificação e, se estes não forem bem assessorados, podem estar comprando os equipamentos menos econômicos e menos adequados para as suas produções.

Estas preocupações já existem à muito tempo na Europa e, por isso, alguns dos fabricantes Europeus mais reconhecidos internacionalmente, já prepararam estudos que permitem ajudar o panificador a escolher os fornos que melhor se adaptam a cada uma das suas realidades, tendo sempre em atenção a economia de energia e a experiência acumulada no setor.

Com um bom apoio na seleção dos melhores fornos e perfeitamente adaptados a cada processo, com toda a certeza, os consumos energéticos irão baixar muito, os produtos irão melhorar bastante e a rentabilidade irá realmente aumentar!

Boa escolha!

O sal

É um dos principais ingredientes do pão, aliás, sendo um percentual insignificante perante o peso total da receita. A principal missão do sal é conduzir harmonia no conjunto de sabores aportados pelo resto dos ingredientes, durante o processo de amassado, fermentação e forneado. O sal dá sabor! O pão sem sal teria um gosto insosso e insípido.

Antes do século XVIII não era usual colocar o sal para produzir o pão, entre outras coisas pelo alto valor monetário que tinha, (a palavra salário deriva da afeção latina “salarium”, para designar o pagamento que se fazia em sal). Foi durante séculos produto caro e escasso. Daniel Wing incide em “The bread Builders” sobre a habilidade do sal para potenciar todos os sabores, incluído o doce. Inclusive, hoje, existe uma denominação de origem controlada pela EU (D.O.C.), pães onde não se usa o sal em sua composição: caso dos pães da Toscana.

O sal é um nutriente essencial, sem o qual não poderíamos viver. Os seres humanos são compostos de água (50-75%) e a proporção dos intervalos de sal de 14 gramas. Por exemplo, um bebê é 250 gramas. Procedimentos básicos como o correto funcionamento do metabolismo, transporte de nutrientes ou remoção de substâncias são realizadas através de fluidos e água salgada. Uma vez que o corpo não pode produzir o sal, o mesmo deve ser utilizado e a ingestão de alimentos necessário para este nutriente essencial que afeta o bom funcionamento do corpo.

 

Para a adição de sal preste atenção:

– Em primeiro lugar, é uma obsessão exagerada pelas administrações públicas, como as recolhidas pela Anvisa, com respeito dos percentuais  e valores definidos de sódio por quilo de pão. Teríamos primeiro que considerar qual é o percentual de hidratação sobre os que foram definidos esses mg de sódio x kg de pão. Afinal, não é a mesma concentração de sódio, pães com hidratação ao 45-50% que pães com hidratações de 60, 65, 70, 75,80% de água por quilograma de farinha. A variação de concentração de sódio por quilograma de pão e muito diferente.

Para eliminar boatos, é claro que o sal destrói todos os seres vivos, (propriedade anti-séptica) é por isso que o conservante mais antigo na face da terra, mas sob as condições de diluição e tempo de contato com fermento, o possível efeito do sal sobre a levedura e minúsculo não devemos nos preocupar. Segundo, Michel Suas, diz que não ocorre qualquer mudança nas propriedades do pãozinho existindo contato íntimo durante várias horas de fermento em pó e sal.

 

Dosagem

É importante nos preocupar com a medida e a concentração de sal em nosso pão, que não deve ultrapassar o 2% sobre o peso total de farinhas. O desejável é diminuir na concentração até um nível mais saudável de 1,6%, sempre dependendo da hidratação como explicamos anteriormente. Ou seja, será melhor ir educando nosso paladar em sentido contrário do que promover alguns padeiros industriais, quem vão incrementando a quantidade de sal dos pães comerciais, agora com 2,2-22,3%, para tentar aliviar assim o déficit de sabor de seus produtos.

Uma exceção seria alguns tipos de “viennoiseries” como é o caso do croissant e do brioche onde os percentuais de sal podem elevar a 2,5% para compensar a quantidade de manteiga e obter mais sabor. Também os pães com adição de grãos e sementes necessitam de um maior aporte de sal. Nesse último caso, o calculo de 1,8-2% de sal fará sobre o peso total de farinhas, grãos, e sementes.

Efeitos no processo da panificação

No processo de amassado incide nas propriedades plásticas da massa, incrementando a tenacidade e a elasticidade, devido à menor solubilidade da gliadina em água salgada e a sua inibição parcial das enzimas presentes na farinha. Fortalece a malha proteínas pelo que facilita a manipulação da massa ao diminuir seu caráter coesivo. O tempo necessário de amassado aumenta proporcionalmente à concentração de sal. Permite também uma maior quantidade de água na massa.

O sal ajuda na conservação da cor e aroma da farinha. Os pigmentos carotenoides, que estão presente de forma natural na farinha, sem branqueados adicionais, são os responsáveis para que a farinha tenha uma cor cremosa e com muito aroma. O sal tem efeito positivo na conservação desses carotenoides, já que sua presença retarda a oxidação da farinha. Se incorporamos em um ponto tardio do amassado prejudicamos estes carotenoides, que se sobre oxidarão resultando em  um pão mais branco e com menos aromas. É um erro, a procura ou publicitada característica de qualidade do nosso pão brasileiro a respeito do miolo branquinho, como temos exposto anteriormente, um claro sintoma de pão com falta de qualidade e sabor.

Por sua natureza higroscópica, o sal desacelera a velocidade de fermentação (desidrata parcialmente as leveduras e bactérias), retarda a aparição de ácidos (lácticos, ácidos e butírico). Se calcular que com um 1,6% de sal com uma hidratação maior de 55-58% o tempo de fermentação e incrementado a um 10%, o qual beneficia uma maior extração de sabor de cereal e reduz o risco de sob fermentação. Um excesso de sal reduz o tamanho do alvéolo assim como o volume final.

No forneado, a quantidade de sal afeta na proporção inversa na dureza, espessura e calor da crosta, quer dizer, a maior quantidade de sal obterá uma crosta mais fina e com tendência ao amolecimento, assim como coloração mais intensa; à menor quantidade de sal, a crosta será mais grossa e dura, porém de cor mais pálida. A formação do miolo se retarda com presença do sal, dando lugar a uma maior fixação da humidade o que resulta em uma maior conservação. 

Por sua propriedade higroscópica, quando absorve humidade, o sal influi nas qualidades de conservação do pão.  O sal favorece em ambientes secos, freando sua dessecação e prejudica em ambientes úmidos por amolecimento que produz na crosta. Nesses ambientes úmidos uma menor quantidade de sal beneficia a obtenção de uma crosta mais dura e crocante e, portanto uma melhor conservação. A ação anti-séptica de sal retarda aliás  no amolecimento em pães de larga durabilidade.

O Professor Raymond Calvel, na sua obra magna “Lê Gout Du Pain”, descreve perfeitamente a incidência e contribuição de modo positivo do sal durante a fabricação da massa:

–    Reforça as propriedades plásticas da massa, melhorando-lhe a força.

–    Diminui um pouco a atividade da fermentação, embora te da a normalizá-la.

–    Favorece a coloração da crosta, que sem ela adquire um aspecto descorado.

–    Melhora o sabor do pão.

–    Influência, pela sua propriedade higroscópica, na conservação do pão.  Facilita em tempo seco diminuindo seu ressecamento, e dificulta-a em tempo úmido, favorecendo o amolecimento da crosta.

 

Tipo de sal? Qual usar?

Existem muitos tipos de sal, alguns são caríssimos, que prometem adicionar um banquete especial de isto ou daquilo. É algo muito subjetivo que prefiro deixar o livre arbítrio de cada um. Particularmente, utilizo sal marinho refinado, moído, o mais fino possivelmente para facilitar sua dissolução. Recordamos, que neste ponto o sal e um dos poucos elementos, cuja capacidade de dissolução em água (solubilidade de gramas de sal por litro em água) não varia com a temperatura, mas quanto menor seja o tamanho das partículas, antes logramos sua dissolução e insisto que dissolverá antes, porém não em maior quantidade.

Pão Tradicional

Quando se pensa em pão, logo podemos sentir aquele cheiro gostoso e o sabor que é indescritível. O pão é um alimento elaborado com farinha, geralmente de trigo ou outro cereal, água e sal. Sua massa consistente permite lhe dar várias formas. A esta mistura básica pode ser acrescentado vários ingredientes que passa a deixar ele ainda mais gostoso. Nesta receita, a chef Papoula Ribeiro, fez uma das suas marcas registrada o “Pão Tradicional”, que vai deixar você com água na boca.